A decisão da prefeitura de Curitiba de reduzir a capacidade de ocupação nos estabelecimentos comerciais, entre eles os bares e restaurantes, pegou o setor de surpresa. O novo decreto publicado na tarde desta quinta (13) passa a limitar o atendimento destes lugares a 70%, por causa do avanço do coronavírus na cidade.
Até então, os estabelecimentos estavam com a capacidade total permitida pelo Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB). Mas, de acordo com a prefeitura, a limitação precisou ser adotada em caráter de cautela por causa da explosão na quantidade de novos casos – 1.204,2% nos últimos 14 dias.
A média móvel de casos ativos subiu 566,5% no mesmo período, principalmente após as festas de fim de ano.
No entanto, a decisão não era esperada e pegou os estabelecimentos do setor de surpresa, segundo relataram empresários de restaurantes ao Bom Gourmet Negócios. A própria entidade representativa do setor, a seccional paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR), considerou como “estranha” a medida. Nelson Goulart Junior, presidente da entidade, reconhece a gravidade da situação que atinge até mesmo os próprios restaurantes, com o afastamento de muitos colaboradores com sintomas leves.
“Entretanto, daqui não passamos. O máximo são estes 70% sem qualquer outra imposição, principalmente a de exigência de ‘passaporte vacinal’ numa cidade onde a adesão à vacina é quase total. Queremos também o rápido retorno, quem sabe já na próxima semana, a uma ‘normalidade’”, afirma.
Ele se reuniu com membros da secretaria municipal de saúde no final da tarde, em que discutiu o decreto junto de outros temas. Goulart afirmou que os restaurantes vão atender às novas determinações, mesmo considerando-os “locais seguros e responsáveis”.
No mesmo sentido, mas com um tom de aceitação, a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), diz que lamenta a decisão de voltar a limitar a ocupação dos estabelecimentos. Fábio Aguayo, presidente da entidade, afirma que entende a situação e o momento de avanço tanto da Covid-19 como da Influenza H3N2.
“Esperamos que fique sob controle o mais breve possível, para que possamos retomar a nossa rotina como já estávamos retomando com todos os cuidados. E esperamos que, daqui para a frente, as pessoas sejam mais conscientes e evitem grandes aglomerações”, pondera.
Para ele, os festejos de fim de ano foram uma “amostra grátis” do que não pode ser feito no Carnaval. Aguayo ainda defende uma testagem em massa da população para que se tenha um real quadro de evolução e controle das doenças. “Precisamos também trazer os cidadãos que não se vacinaram para tomar a primeira e a segunda dose e a de reforço. A questão agora é coletiva, de interesse público acima de todos”, afirma.
O novo decreto 30/2022 vale até o dia 20 de janeiro e é a prorrogação do 1850/2021, que flexibilizou a bandeira amarela ao permitir a ocupação dos espaços de acordo com o licenciado pelo Corpo de Bombeiros, mas agora com a limitação da capacidade de atendimento. Veja o que muda:
Todos os protocolos para cada tipo de operação estão disponíveis no site especial para o coronavírus da prefeitura de Curitiba.
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