A secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, volta nesta terça-feira (25) à Câmara Municipal de Curitiba, para debater as medidas de combate à nova onda da pandemia da Covid-19 na Capital paranaense. Na semana passada, os vereadores criticaram as novas restrições baixadas pela prefeitura ao funcionamento do comércio, em especial a determinação de fechamento dos mercados aos sábados e domingos, que acabou sendo revertida na Justiça na última sexta-feira, e redução do horário para deliverys de bares e restaurantes. Na ocasião, os parlamentares cobraram a presença da secretária na Casa, para explicar a fundamentação dessas medidas.
No último dia 18, a prefeitura decidiu manter a bandeira laranja, mas estipulou novas restrições às atividades. Mercados e supermercados, por exemplo, foram autorizados a funcionar com atendimento presencial somente de segunda a sexta-feira, sendo limitados a deliverys aos sábados e domingos. Restaurantes e lanchonetes passaram a poder funcionar das 10 às 21 horas, de segunda a sexta-feira e aos sábados e domingos apenas com atendimento nas modalidades delivery, drive-thru e retirada em balcão (take away) até às 21 horas.
Os vereadores não gostaram, e cobraram explicações sobre a fundamentação técnica para as medidas. O que temos visto são medidas autoritárias e arbitrárias. Onde está o embasamento?”, questionou a vereadora Amália Tortato (Novo). “Mercados deveriam funcionar 24 horas e não ter o horário limitado, pois restringir o delivery às 21 horas gera aglomeração entre os motoqueiros (entregadores) e acidentes, pois eles têm pressa (por causa do horário)”, defendeu o vereador Alexandre Leprevost (SD).
Aglomeração
Os parlamentares questionaram ainda o fato da própria prefeitura ter promovido um evento de inauguração do Memorial Paranista, no parque São Lourenço, com aglomeração de pessoas. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR) chegou a protocolar denúncia no Ministério Público do Paraná (MPPR) sobre o evento, afirmando que a prefeitura teria descumprido o próprio decreto com as regras restritivas por causa da Covid.
A prefeitura alega que as medidas têm o objetivo de reduzir a circulação de pessoas e conter a propagação do vírus, diminuindo assim o número de casos ativos na cidade e de pessoas com potencial de transmissão da doença. Huçulak chegou a afirmar que apesar da cidade estar na bandeira laranja, estaria caminhando para a vermelha em virtude da piora do cenário, com aumento da transmissão e da ocupação de UTIs.
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