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Os benefícios do branding incluem fortalecer a identidade da marca e criar uma conexão emocional com os clientes, tudo através de uma imersão de autoconhecimento do negócio

Por Duda Gomes

O branding gastronômico é a criação e gestão da identidade de marca de um negócio. Foto: Midjourney

Imagine um cliente entrando em um bar ou restaurante e, antes mesmo de provar o cardápio, já se sentir encantado e conectado com a marca. Essa magia não acontece por acaso; ela é um fruto de um trabalho de autoconhecimento de marca, valores e propósito do empreendimento. O método aplicado para atingir uma excelência no encantamento dos clientes é chamado de branding.

O branding gastronômico é a criação e gestão da identidade de marca de um negócio. A técnica vai além de um nome atrativo; o branding envolve a definição de todos os elementos que compõem a personalidade do seu negócio.

Isso inclui o nome, logotipo, cores, tipografia, mensagens e até o design do cardápio, a ambientação do espaço físico e a abordagem com os clientes. No branding, cada detalhe é pensado para transmitir uma mensagem forte sobre quem você é e o que você representa.

Por isso, o processo é um verdadeiro mergulho de autoconhecimento do negócio. Quando bem executado, o branding gastronômico transforma a experiência de consumir em algo memorável. É sobre vender uma sensação, um estilo de vida.

Quem realiza esse trabalho de perto no setor de bares e restaurantes é a especialista em branding, Vanessa Huguinin. A publicitária é fundadora e diretora de criação do Food-se, um projeto especializado em auxiliar empreendimentos gastronômicos a compreenderem seus posicionamentos de marca no mercado.

Para a especialista, no branding gastronômico, a ideia é gerar desejo antes mesmo do cliente experimentar o produto, ajudando a vender a experiência de marca e consolidar uma mensagem de qualidade.

“O branding cria esse desejo pela marca, pelo chef e pelo produto, aumentando a adesão, recorrência e fidelidade do cliente, e estabelecendo uma longa jornada de construção de marca no dia a dia dele”, afirma Vanessa.

A especialista relembra que o branding eficaz exige um estudo detalhado das preferências, hábitos e expectativas dos clientes, permitindo que, mesmo com a mudança orgânica do comportamento do público, a marca se adapte e se mantenha relevante.

“O mercado e o comportamento do consumidor mudam constantemente, de forma orgânica. Estamos sempre expostos a novidades, tecnologias, tendências e oportunidades”, afirma Huguinin.

Vanessa afirma que bons pratos e bom atendimento muitos restaurantes são capazes de oferecer para seus clientes, mas experiências memoráveis, que geram fidelização, são possíveis através de uma história bem construída e consolidada.

Os benefícios do branding

Vanessa Huguinin afirma que empreendimentos que investem nessa estratégia veem um aumento na produtividade, e principalmente, na adesão dos clientes. Quando ao assunto é produtividade, o branding auxilia na consolidação de uma visão mais clara sobre quais caminhos seguir para uma produção mais eficiente.

A partir do momento que uma marca tem uma identidade forte e bem definida, a ideia é que todos os membros da equipe compreendam a visão, missão e valores do negócio.

A tomada de decisão se torna mais rápida e eficiente. Com o método de alinhamento de marca, as equipes sabem quais ações são coerentes com o empreendimento e seus objetivos, o que reduz o tempo gasto em debates e incertezas.

A produtividade motivada a partir do branding também está relacionada ao processo da criação de um senso de identidade e pertencimento entre a equipe. Quando o método é bem aplicado, a equipe tende a acreditar na marca; a motivação e o engajamento aumentam, aumentando a produtividade.

O branding auxilia também nas técnicas de padronização dos processos aplicados nos bares e restaurantes. Com uma estratégia de identidade de marca bem definida, os processos internos tendem a ser padronizados. Isso diz respeito desde o atendimento ao cliente até a preparação dos pratos.

Já quando o assunto é adesão dos clientes, o branding se mostra ainda mais fundamental. O método faz com que o bar ou restaurante crie uma personalidade e história com as quais os clientes podem se identificar. Em seu trabalho, Vanessa Huguinin observa atentamente o comportamento dos consumidores e como os clientes estão cada vez mais exigentes.

A especialista lembra que é fácil encontrar casos em que o cliente se apaixona por uma marca e ignora outra. “O branding é uma estratégia de sentimento: que sentimento sua marca vende? Que sentimento ela desperta? Toda a comunicação, narrativa e conteúdo devem fazer com que o cliente se sinta bem”, afirma Vanessa.

O branding gastronômico é sobre contar uma história autêntica e relevante, que ressoe com o público. O caminho para atingir essa excelência pode estar na imersão sobre os pilares e essência da identidade do negócio.

Terapia de Marca

Vanessa Huguinin destaca que o primeiro passo para um branding gastronômico bem-sucedido é o autoconhecimento do próprio negócio. A especialista utiliza o conceito de “terapia de marca” em seus projetos.

“Uma dinâmica essencial que aplicamos é a “terapia da marca”. Todos os clientes, independentemente do tamanho, passam por essa imersão terapêutica para entender quem são como marca, qual é seu tom de voz e como humanizam sua identidade, seja por meio de um chef ou da equipe”, explica Vanessa.

A especialista lembra que esse processo é crucial tanto para novos negócios quanto para reposicionamento de marcas existentes. Ele ajuda a definir a promessa da marca, sua comunicação e público-alvo.

E é nesse momento que a marca compreende sua essência e alma. “Para quem está criando um novo negócio ou para aqueles que desejam se reposicionar, é vital entender quem é a marca, qual é sua promessa e quem é seu cliente”, afirma a especialista.

Essa metodologia de autoconhecimento fortalece a marca e capacita os empreendedores a tomarem decisões mais informadas e estratégicas, garantindo que cada ação esteja alinhada com os valores e objetivos do negócio.

*Texto adaptado da edição 158 da revista Bares&Restaurantes

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