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Cervejeiras da Goose Island, Masterpiece e Proa contam quais são suas inspirações e principais desafios

A cerveja é a bebida mais consumida no Brasil atualmente. Foto: Freepik

Por muito tempo a cerveja foi associada ao universo masculino. Mas as mulheres sempre foram fundamentais para a história da bebida. Há 11.000 anos, enquanto os homens saíam para caçar e levar a carne para casa, as mulheres ficavam responsáveis por cuidar dos grãos que eram mantidos dentro de jarros e que seriam usados para fazer pão.

Foi dessa forma, meio por acaso, que a cerveja foi descoberta. Os grãos muitas vezes acabavam mantidos dentro de jarros, tomando chuva e sol, sendo fermentados. Em um dado momento eles viram esse liquido borbulhante, experimentaram e se apaixonaram pela bebida que iria se transformar na cerveja que hoje conhecemos.

“Quando olhamos para a história da cerveja, as mulheres eram as responsáveis pela produção. Em geral, os homens faziam a caça e coleta de cereais e frutas e elas processavam tanto o alimento, em especial o pão, e a bebida, no caso a cerveja. As mulheres acabaram perdendo esse protagonismo na expansão da produção para comercialização”, explica Laura Aguiar, professora da Academia da Cerveja e Diretora de Conhecimento e Cultura Cervejeira na Ambev.

Milhares de anos depois, por volta de 1.800 a.c., foi escrita a primeira receita de uma cerveja. Feita em homenagem a uma mulher, a deusa conhecida como Ninkasi pelos sumérios, a fórmula trazia tâmaras, grãos variados, ervas, mel e especiarias. O próprio lúpulo, um dos principais ingredientes na produção da cerveja, teve suas propriedades descritas pela primeira vez anos mais tarde, no século XII, por uma mulher, a monja e teóloga alemã Hildegard von Bingen, ou Santa Hildegarda.

Todos esses fatos mostram que a mulher sempre esteve e agora está cada vez mais envolvida no universo cervejeiro, mostrando que a diversidade não deve ficar apenas nos rótulos. Hoje, apenas na Cervejaria Ambev, são 50% mulheres cervejeiras, dentre elas mestres-cervejeiras e Beer Sommelierès. A Academia da Cerveja, da Ambev, também conta com um time composto por 11 mulheres que ministram aulas sobre o mundo cervejeiro.

Para celebrar a participação feminina no universo cervejeiro a Ambev convidou três mulheres para contar a história de cervejas feitas por elas:

Dark Sour Moonrise, feita por Marina Bonini Pascholati, cervejeira da Goose Island Brewhouse

“Aqui na Goose Island Brewhouse, em São Paulo, fazemos muitas inovações e a minha queridinha da vez é a Dark Sour Moonrise, uma Sour Porter, cujo processo de criação envolveu pesquisa e criatividade”, afirma Marina Bonini Pascholati, cervejeira da Goose Island Brewhouse. A especialista explica que por se tratar da junção de dois estilos diferentes de cerveja, o desafio era que as características sensoriais de ambos estivessem presentes e em harmonia.

“O resultado foi uma cerveja escura complexa, equilibrada, com aromas maltados remetendo a tosta e chocolate, e no paladar uma acidez marcante, juntamente com leve dulçor do malte. Resumindo, uma cerveja curiosa e de personalidade”.

Van Gogh, feita por Ingrid Matos, cervejeira na Masterpiece

“A Van Gogh, nossa Dark Sour com mirtilo e framboesa, se destaca entre uma das mais pedidas pelos nossos clientes. Ela foi ganhadora de 7 medalhas nacionais e internacionais, tendo conquistado o ouro na Bélgica pelo Brussels Beer Chagellenge em 2021. Para a criação dela, foi levada em consideração o equilíbrio da base torrada e ácida com a suavidade das frutas escolhidas, trazendo refrescância e complexidade,” explica Ingrid Matos, cervejeira na Masterpiece.

Ela conta que a sua inspiração vem sempre depois de um longo estudo sobre a escola cervejeira, estilo, técnica, insumo e bom senso. Já sobre os desafios do mercado, ela destaca: “os impostos são amargos e podem chegar até 70% do valor do produto, a logística muitas vezes possui um preço elevado e, falando especificamente da participação da mulher no mercado, o grande desafio é a falta de credibilidade pelos colegas de profissão e até de alguns consumidores”, finaliza.

Sour de Caju, feita por Débora Lehnen, mestre-cervejeira e diretora da Proa

Débora conta que todas as cervejas da Proa contam uma história e possuem um propósito. “Essa não é diferente. A Sour de Caju é minha cerveja preferida do momento e esse ano ganhou duas medalhas: uma de ouro no Brasil Beer Cup e uma de Bronze no Concurso Brasileiro de Cerveja.

É uma cerveja que carrega um fruto super nordestino no aroma e sabor, é refrescante, ácida, frisante e ótima para tomar no calor da Bahia e ainda tem apenas 3,5% de álcool. Essa cerveja fez com que eu me apaixonasse por caju, fruta que eu não gostava desde criança”, explica a mestre-cervejeira e diretora da Proa, Débora Lehnen.

Ela destaca que foi inspirada a entrar neste mercado por outras mulheres que também decidiram investir no universo cervejeiro. Em relação aos desafios, a especialista enxerga a necessidade de ampliar o mercado das artesanias para que consiga atingir um número maior de consumidores.

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